terça-feira, 4 de novembro de 2014

Inversão de valores da família tem que ser tratada, evidencia advogada de Ipatinga

Muitos são os filhos vítimas da desestrutura familiar. Crianças, adolescentes e até mesmo adultos convivem com a ausência do amor, do respeito e da educação em família. Conforme a advogada de Ipatinga, Eliza Soares de Melo, são características de um mundo materialista que não conserva os princípios básicos da vida. Atuante na área do Direito de Família e Sucessões, ela foi convidada pela 72ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Ipatinga) para orientar pais e responsáveis com relação a desestrutura familiar e as alternativas sob a ótica do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

 No ponto de vista da advogada, uma célula familiar perfeita é aquela que agrega na educação dos filhos valores e princípios dos quais receberam dos pais, tios e avós. “Hoje em dia, o conceito de família é muito amplo. Encontramos famílias constituídas por pais e filhos, mães e filhos, avós e netos, irmãos e irmãos. O importante é considerar o amor, o carinho, o tempo dedicado à educação das crianças e a assistência financeira também, mesmo não sendo o mais importante”, considera.

De acordo com Eliza Melo, a dissolução dos casamentos não está associada a desestrutura familiar. “Existem casais que se divorciaram e possuem um convívio harmonioso, conseguem educar os filhos como se estivessem juntos, mas a maioria não age dessa forma”, lembra.
                                               
                                                    Tatiana Gregório
O meio Jurídico defende a assistência das crianças, não apenas a questão financeira, mas a dedicação dos pais para com os filhos. 

Família substituta

De acordo com a advogada, a família substituta possivelmente será indicada por um juiz quando a criança estiver sendo submetida a maus tratos na família natural, se ficar caracterizado abandono dos pais e se eles estiverem envolvimento com o uso de entorpecentes e até mesmo se ficarem órfãos. 

Outro fato em destaque, segundo Eliza Melo, é a falta de estrutura no Brasil para abrigar crianças nessa condição, até que encontrem uma família substituta. “Sabemos que nossos abrigos não tratam da forma como deveriam. Então é difícil avaliar o que é pior: se a criança fica com a família natural com todos os problemas que existe, ou se é retirar porque nós não temos famílias substitutas para absorver essas crianças”, ressaltou.

“Mesmo na adoção a brasileira, quando qualquer pessoa, sem intervenção do juiz pode tomar a seu cargo a criação e a educação do menor. Até provar para o judiciário que existe um vinculo de amor, corre-se o risco dessa criança ser adotada por outra família, pelo fato da burocracia de adoção hoje no Brasil”, considera Eliza Melo.


Fonte: Divulgação OAB Ipatinga

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